Pena de Ouro

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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O FILHO QUE NÃO TIVE


Quando amanheceu, você permanecia ainda em mim...


O filho que não tive
Hoje vive em mim.
Ele corre pela vida à procura do sonho.
Verdade maior...
Ainda pulsa em meu ventre
Entre riso e pranto contidos de dor,
Brinca no meu colo,
Senta no meu abraço,
Dorme no embalo do boi da cara preta.
O filho que não tive
Viveu em mim num curto espaço de tempo.
Momento suficiente para redefinições,
Para o desapego de tudo aquilo que já não serve à jornada,
Para a busca de outros caminhos
Ou o resgate de alguns que tenham sido esquecidos.
O filho que não tive
Já não vive em mim,
Mas apontou-me um caminho de luz
Que hoje ele trilha sozinho.
O filho que não tive
Hoje faz-se em mim.


Fátima Sampaio
Setembro/2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Paz e Poesia



A ação Paz e Poesia é um movimento cujo objetivo principal é celebrar a Paz e a Poesia através de expressões artísticas e culturais, possibilitando o acesso à leitura e a promoção da vida e da paz.


Desde sua primeira edição, vários poetas, artistas, autarquias públicas e privadas vêm se somando a essa atividade.






"O Movimento dos Poetas pela Paz e pela Poesia é um congraçamento, com a finalidade de promover ações que conduzam a uma harmonia social através de ações que incentivam a leitura. Existe em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, mas é provável que no mundo inteiro, a conscientização que os poetas têm a respeito do Cosmos, da Terra onde vivem, façam deles pacifistas por vocação. O que não quer dizer que pela Paz, não possam lutar. A confraternização é algo que vem da necessidade ou capacidade de estar no lugar do Outro. E, quem está, pode sentir na pele o que é necessário ao bem comum."

Clevane Pessoa - Embaixadora Universal da Paz em Belo Horizonte



Fonte: Folder Paz e Poesia publicado em Setembro de 2010



















sexta-feira, 10 de setembro de 2010

domingo, 22 de agosto de 2010

Cândido Portinari


"A condição do artista é ser um homem sensível. Não é possível que as emoções mais altas do mundo não toquem um homem normal. A injustiça humana, a miséria, as crianças famintas são um grito tão grande que não pode deixar de ser ouvido."
Cândido Portinari

domingo, 1 de agosto de 2010

GUIMARÃES ROSA

Frases de Guimarães Rosa


"O correr da vida embrulha tudo.A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."




"O real não está na saída, nem na chegada.
Ele se dispõe para a gente é no meio da travessia."


"E, outra coisa, o Diabo, é às brutas; mas Deus é traiçoeiro! Ah, uma beleza de traiçoeiro - dá gosto! A força dele, quando quer - moço! - me dá o medo pavor! Deus vem vindo; ninguém não vê. Ele faz é na lei do mansinho - assim é o milagre. E Deus ataca bonito, se divertindo, se economiza."



"O mundo é mágico.
As pessoas não morem, ficam encantadas."


"Mire, veja: o mais importante e bonito do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando."da gente


"Penso que chega um momento na vida da gente em que o único dever é lutar ferozmente por introduzir no topo de cada dia, o máximo da eternidade."


"A vida é ingrata no macio de si, mas transtraz, a esperança mesmo no meio do fel do desespero."


"Quando nada acontece há um milagre acontecendo que não estamos vendo."


"Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranquilos e escuros como o sofrimento dos homens."


"A colheita é comum, mas o capinar é sozinho."













quarta-feira, 28 de julho de 2010

No olhar da serra...

Foto: Fatima Sampaio




À todas as Serras "Rola-Moça"
que existem nas nossas Minas Gerais...


Das linhas curvas da serra
Vejo ao longe
O traço retilíneo do horizonte
Firme,
Estável,
Sereno.
Entre eles escondida
A performance e a nuance da cidade
Borbulhando,
Agitando,
Explodindo,
Ecoando a vida.
Vejo a sincronia dos passos,
A harmonia dos movimentos
Nesta dança perfeita
Estabelecendo o vínculo estável
Entre a serra e a cidade.
- Como tu vês a vida lá embaixo, ó serra?!
- Como nos enxerga através da paz que emana do teu olhar?!
Como a nos dizer que não tens pressa, que consegues comtemplar o infinito
Que se abre à tua frente...
Permeie as nossas vidas
Com teu olhar infinito,
Com teu olhar pleno,
Com teu ritmo cadente
Sempre no mesmo compasso
Firme,
Estável,
Sereno.


Fátima Sampaio


Esta poesia acompanha a Exposição "Aspectos Urbanos"da artista plástica Iara Abreu e está postada no Mural dos Escritores.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

FERNANDO PESSOA


Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Constantemente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti
Releio e digo: "Fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

Caminhe mais devagar...

Caminhe mais devagar
não apresse o passo.
Caminhe mais devagar...
A vida nos é oferecida
em pequenos goles.
Saiba saborear cada gota,
apreciando o belo escondido no cotidiano.
Cantando a beleza da vida
em muitas notas, se preciso for,
de acordo com o seu compasso.

Caminhe mais devagar
não apresse o passo...

O rio sempre chega ao mar,
o sol nasce a cada manhã,
depois de cada entardecer
surge o brilho das estrelas
e a luz do luar.

Saiba parar,
refletir,
vivenciar e
contemplar, com renovado olhar,
a ternura e a suavidade do Criador.

Fatima Sampaio
Fevereiro/2010

Foto: Fatima Sampaio

CECÍLIA MEIRELES


Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Cecília Meireles


Aprendi com as primaveras
a me deixar cortar para poder voltar inteira.

Cecília Meireles

domingo, 11 de julho de 2010

O rio da minha vida


Quero navegar pelo rio da minha vida.
E no percurso garimpar aquilo que me faz viver intensamente: a mansidão, o sonho, a harmonia, o prazer, a realidade, a paz...
Quero despoluir o meu rio de toda morte e àgua turva...
Tempestades...
Quero me espelhar nas àguas da paz.
Construir pontes, barcos e velas.
Sujar-me no barro do suor e sustentação.
Chegar na praia e pisar na areia.
Ancorar meu barco.
Viver!!!

Fatima Sampaio
Julho de 2010
Foto: Fatima Sampaio